domingo, 8 de novembro de 2009

Beijo …


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Amor é dom e acolhimento.O beijo, por sua vez, é um belíssimo símbolo de amor; ele é sinal, ao mesmo tempo, do dom e do acolhimento.

Um beijo não será realmente dado, se não for acolhido. Lábios de mármore, de uma estátua, não acolhem um beijo; é preciso que sejam lábios vivos. Ora, lábios vivos são lábios que acolhem e dão, ao mesmo tempo.
O beijo é um gesto admirável, e é precisamente por essa razão que não devemos prostituí-los, brincar com ele mas, sim reservá-lo como um sinal de alguma coisa extremamente profunda .
O beijo é a troca de sopros que significa uma troca de nossas profundezas: eu sopro em você, eu me expiro em você e a inspiro em mim de tal forma que eu esteja em você e você esteja em mim.” (Francois Varillon)

Francois Varillon (1905 - 1978)

Um dos mestres de espiritualidade mais lidos da nossa época, o padre Varillon nasceu na França e entrou para a Companhia de Jesus em 1930.

Participou ativamente da resistência ao nazismo durante a ocupação da França, tornando-se em seguida professor de jovens jesuítas, conferencista muito solicitado e pregador de retiros. Profundamente interessado em questões artísticas, citava sempre Claudel e Wagner (depois de Fénelon)como motivos de inspiração constante. O trecho seguinte foi extraído de um de seus livros mais conhecidos, “A humildade de Deus”.
“Deus respeita de modo absoluto a liberdade do ser humano. Ele a criou, e não foi para petrificá-la, ou violentá-la. É por isso que ele jamais grita, nem impõe. Ele sugere, propõe, convida. Ele não diz “Eu quero”, mas “Se tu quiseres … ”

Expressões como “os mandamentos de Deus” ou “a vontade de Deus” devem, assim, ser tomadas com cuidado, e compreendidas segundo o amor. Deus não repreende: ele deixa esse cuidado à nossa consciência. “Ele é maior que o nosso coração”, diz são João na sua primeira carta. Ele fica escondido para não se tornar irresistível.. A sua invisibilidade é uma forma de pudor”.

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