terça-feira, 10 de novembro de 2009

Esporte ferramenta de evangelização para Juventude


Entrevista com o padre Javier Agudo García

ROMA, segunda-feira, 9 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Concluiu esse sábado em Roma o seminário “Esporte, educação e fé: para uma nova estação do movimento esportivo católico”, organizado pelo Conselho Pontifício para os Leigos.

ZENIT falou com o sacerdote espanhol Javier Agudo García, 54 anos, religioso das escolas pias dos escolápios, provincial regional na Espanha, que pertence à Federação local de Tiro com Arco e Montanhismo.

–Que diferença faz olhar o esporte com os olhos da fé?

–Javier Agudo: A fé é uma maneira de olhar o mundo, não apenas uma série de práticas, mas uma posição concreta. O esportista crente há de olhar o outro não como um inimigo. É uma maneira diferente do que se difunde no esporte profissional, onde há muito dinheiro e quem perde não ganha. Para nós, Deus é o grande árbitro e os valores cristãos são guias. Isso influencia, marca uma diferença como em qualquer atividade, entre quem vê do ponto de vista da fé ou quem o faz de outra perspectiva.

–Como o esporte pode aumentar ou fortalecer a fé de quem o pratica?

–Javier Agudo: Pelos hábitos e valores em que está presente. É importante o testemunho dos educadores. De uns bons educadores, entre o que se faz e o que se vive. O esporte converte-se assim em uma pequena escola na sociedade. Quando o esportista chegar a ser profissional, já terá que competir não no campo do esporte, mas com os advogados, médicos, químicos ou físicos. E poderá aplicar assim os valores que aprendeu quando jovem durante suas práticas esportivas.

–Em sua experiência no trabalho com os jovens, viu discernimento vocacional à vida consagrada através da prática do esporte?

–Javier Agudo: Devo dizer que não costuma ser tão milagroso ao ponto de chegar ao tema da vocação, mas proporciona uma aproximação a Deus. O esporte é um excelente lugar para que o jovem se aproxime do convívio com os outros. Os meninos com quem trabalho são de famílias cristãs e o fato de entrarem em contato com outros os leva a uma aproximação a Deus.

–Algum santo esportista a quem tenha devoção?

–Javier Agudo: São Paulo fez muita referência ao esporte, especialmente na primeira carta aos coríntios, em analogias com a vida cristã. É importante tê-lo em conta ainda mais agora que acabamos de encerrar o Ano Paulino. Foi um homem com uma visão que valorizava o esporte como lugar e espaço de esforço pessoal.

–Que tipo de ameaça o esporte vive hoje?

–Javier Agudo: As ameaças que o mundo de hoje vive. A competitividade que tem Deus no dinheiro. Uma competitividade muito dura, que faz que o homem use de meios como o dopping, porque o que importa já não é o esforço, mas só ganhar. Assim, os valores essenciais se desfazem.

–Como o senhor vê o fato de que a Santa Sé dê um espaço para o esporte por meio deste seminário?

–Javier Agudo: Como dissemos, o esporte é uma parcela da educação. O fato de a Santa Sé estar detrás dos que trabalham com a educação católica significa que há apoio. Assim nos damos conta do potencial não só evangelizador, mas de toda pedagogia inicial que leva a criança a compreender o Evangelho.

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